Era uma quarta-feira de linda manhã, embora tensa no cenário político na capital paraibana. Em coro uníssono, quarta-feira (11), os candidatos a prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), Marcelo Queiroga (PL) e Ruy Carneiro (Podemos) se uniram pedindo a presença de tropas federais durante as eleições para efetivar o reforço na segurança de suas reespectivas campanhas.
Candidatos pela oposição, eles relataram supostas dificuldades em realizar atividades eleitorais em alguns pontos da cidade e atribuíram à situação ações do crime organizado. E bummm! Uma onomatopéia de enxofre e gás fétido emergil das profundezas não do inferno, e sim de uma erupção vulcânica violenta porpagada pelos que dizem buscar o bem maior da outrora Filipeia, Filipeia de Nossa Senhora das Neves, Frederica ou Frederikstad e Parahyba.
As repercussões negativas da população e de vários setores da sociedade pessoense em relação aos candidatos oposicionistas à gestão do prefeito Cícero Lucena (PP), que busca reeleição, estão repercutindo de forma significativa na “Cidade do Verde”, “Ponto Oriental das Américas” ou “Capital das Acácias”, como é conhecida João Pessoa de forma lúdica, mas verdadeira. E, também, em outras plagas.
Os que residem aqui sabem que João Pessoa, longe dessa pintura de Guernica pintada por Pablo Picasso, durante a Guerra Civil Espanhola, em 1937, observam que o quadro oposicionista não se enquadra, em hipótese alguma, em tal lógica beligerante. E nesse ponto não há luta de narrativas. Existe, sim, quem irá para um possível segundo turno com o atual prefeito, conforme pesquisas eleitorais recentes. O fato, em si, é esse. O resto é teatro dos vampiros.
Mais adelante, sigo minha linha de raciocínio – e de muitos – sobre tal atitude meramente eleitoreira ou eleitoral, Tal qual o leitor deve observar e classificar. Como disse antes, setores da sociedade pessoense estão em busca da razão para tão ato vil contra João Pessoa. Prova maior de um tiro no pé das oposições está no Trade Turístico pessoense. O setor divulgou nesta quinta-feira (12) nota de repúdio contra falas negativas impostas por candidatos ao Paço Municipal . Falo da oposição à atual gestão.
E aqui, para não informar que estou narrando um conto, pondo pontos nos pontos, eis notas significativas de repúdio às ações interpostas pelos candidatos antagônicos à atual gestão admisitrativa pessoense, observando que o crime ornanizado é uma realidade a ser extirpado em todo território nacional, não excluindo João Pessoa de tal contexto probleemático. Mas promover festejos partidários para uma realidade majorada de forma proposital é, no mínimo, excluir o bom senso das pessoas em tal sentido.
Leia os manisfetos:
Trade Turístico de João Pessoa repudia falas de candidatos a prefeito na tentativa de “manchar a imagem da cidade”
Assinaram a nota de repúdio a ABIH-PB ABRASEL-PB, ABAV-PB, SINGTUR-PB, SINDITRANSTUR-PB, ABRAJET e COOPTUR.
Em comunhão, o Trade manifesta preocupação com o uso do processo eleitoral para “manchar a imagem” da capital e dos paraibanos. “É lamentável que candidato a prefeito – cargo máximo de representatividade municipal – troquem a apresentação de propostas para o fortalecimento do nosso desenvolvimento turístico por um discurso que contribui, pura e simplesmente, para desqualificar a cidade”, escrevem.
A nota destaca a beleza natural de João Pessoa, qualidade de vida e hospitalidade dos pessoenses. Mas reconhece que todas as cidade tem problemas pontuais, inclusive de segurança, e que é justo cobrar soluções, mas repudia as falas negativas.
“É um desserviço a João Pessoa tratá-la negativamente no instante em que todos os indicadores demonstram que a cidade vive um dos seus melhores momentos”, ressaltam.
Em carta, associações acusam candidatos de relacionarem comunidades ao crime em João Pessoa:
Carta Aberta à População e aos Candidatos à Prefeitura de João Pessoa
Nós, moradores e representantes das comunidades de João Pessoa, vimos a manifestação pública de nossa profunda indignação e repúdio ao teor da coletiva de imprensa realizada recentemente por candidatos de três chapas, a prefeitura de João Pessoa. Durante o evento, foram feitas declarações que trataram de forma preconceituosa e desrespeitosa as nossas comunidades, reforçando estereótipos negativos que há muito lutamos para desconstruir.
A afirmação de que João Pessoa estaria se tornando um “destino procurado por bandidos”, comparando nossa cidade ao Rio de Janeiro, não só é leviana, como profundamente ofensiva. Tal declaração ignora a realidade vivida por milhares de famílias honestas que trabalham diariamente para melhorar suas condições de vida e contribuir para o desenvolvimento da cidade. Ao associar nossas comunidades à presença de crime organizado sem qualquer prova, cria-se um estigma injusto que perpetua a marginalização de regiões vulneráveis.
Havendo crime organizado, é necessário admitir que uma ausência concreta do poder público contribui para esse avanço e que isso não é uma problemática dos últimos anos, mas de décadas de descontinuidade de políticas públicas e desinteresse das autoridades.
Sabemos que há problemas de segurança pública em João Pessoa, como em muitas cidades brasileiras, mas a solução passa longe de discursos que apenas fomentam medo e preconceito. O caminho para resolver essas questões é através de políticas públicas inclusivas, que promovam oportunidades de educação, trabalho digno e acesso a serviços básicos para todos os cidadãos. Nossas comunidades já são, historicamente, alvo de exclusão social, consideramos um desserviço a maneira como as alegações dos candidatos foram feitas.
Ao invés de reforçar os estigmas, os candidatos à prefeitura deveriam concentrar seus esforços em apresentar propostas concretas que ajudem a transformar positivamente a vida dessas pessoas. Discursos vazios e comparações pejorativas só prejudicam o necessário debate sobre as soluções reais para os desafios das comunidades.
Portanto, exigimos respeito e responsabilidade ao abordar as questões de segurança pública em João Pessoa. Nossas comunidades são compostas por pessoas trabalhadoras, dignas e comprometidas com a construção de um futuro melhor. Não aceitamos que nossa realidade seja distorcida ou utilizada de forma oportunista durante uma campanha. Queremos saber quais soluções apresentadas pelos candidatos, queremos sentir o compromisso que cada um com as nossas pautas. Estamos atentos e atentas, avaliando, comparando e escolhendo conforme entendemos que as nossas necessidades estarão sendo priorizadas.
Assinam abaixo, organizações e lideranças comunitárias:
- Frente Popular de Favelas e Comunidades
- CENTRO COMUNITÁRIO BOM JOSÉ – CBJ
- Suely Bezerra – Mulheres Unidas da Matinha
- Josenilson Santiago Peres – Rua da Mata em Ação
- Wallam Silva Rodrigues – Associação Comunitária Agrícola de Mussumagro
- Coletivo Sereias da Penha
- Elizabeth Carneiro – Liderança do Grotão
- Patrícia Oliveira – Liderança do Grotão
- Associação dos Moradores da Penha
- ASCONSL = Associação Comunitária São Luiz
- Associação Unificada Dos Moradores Do Bairro São José
- Associação Costa do Sol
- Thiago Batista – Ativista Social/ Comunidade São Matheus – Bessa
- Jorge Cláudio Bezerra Cavalcanti – Grêmio Paulistano (04 de Outubro)
- Jonas Felizardo de Souza – Associação de Moradores do Riachinho
- Luiz Costa Sobrinho – FEPAMOC
- Thais da Silva Siqueira – Mulheres do Vista Alegre
- Maria do Rosario Costa Pereira – Liderança Irmã Dulce
- Maria das Dores da Silva – Liderança do Gervásio Maia
- Maria dos Prazeres Nascimento de Andrade – Feirante do Grotão
- Rosangela dos Santos Brito – Liderança do Colinas do Sul
- Valdeti Martins – Liderança do 1º de Abril
- Edilene dos Santos Brito – Liderança do Irmã Dulce
- Acip- Associação Comunitária da Ilha do Bispo
- Ricardo Leandro – Ricardo Leandro – Instituto Projeto Esporte Vivo
- Núbia Gouveia – Liderança Maria de Nazaré
- Tânia Soares de Oliveira – Associação de Mobilização, Impacto Social, Ambiental e dos Direitos Básico – AMIB
- Mulheres Captadoras de Reciclagem – CITEX
- Erinaldo dos Santos Barbosa – Associação de amigos e moradores de Mandacaru e Adjacências
- ACOMAN- Associação Comunitária Maria de Nazaré. Representante- Ivandernúbia Gouveia da Silva
Por Eliabe Castor