Aos leitores, falarei dos esgotos, antes que o assunto se esgote. Sim, estou a apontar bares e restaurantes fincados em João Pessoa e Região Metropolitana que, utilizando das galerias pluviais, lançam dejetos humanos e orgânicos, havendo como ponto de descarga a orla marítima, pondo em risco a saúde de banhistas e poluindo o meio-ambiente
E observando tais práticas criminosas, lembrei-me, por acaso, quando jovem ter lido o clássico “A Paraíba e seus problemas”, obra parida pelo político e escritor José Américo de Almeida, em 1923.
O livro abarca, como o próprio título esclarece, reflexões socioeconômicas daquela época. Pois bem; o trato do autor debulha assuntos ligados a desafios climáticos, econômicos e sociais do estado. Fosse nos dias atuais, a obra iria para o prelo, certamente, com o mesmo enfoque, embora outras angústias e soluções viessem a ser abordadas.
Quem sabe até José Américo não arriscasse um capítulo exclusivo sobre a problemática dos esgotos que vomitam impurezas nas praias do litoral paraibano como um todo? É possível. Plausível!
Contudo, suponho, não buscaria ele culpar o poder público, como alguns personagens políticos de relevância a utilizarem de tal expediente, em busca inglória por holofotes e uma suposta projeção eleitoral que lhes garantam êxito no pleito que se avizinha.
Culpados existem, claro, e os tais são donos dos estabelecimentos que, na falta de ética e boa-fé trafegam no luxo e põem para a sociedade e vida marinha o lixo. São criminosos travestidos de empresários ilibados. Detentores da mais completa idoneidade (i)moral.
E neste espaço virtual, não tenho a intenção de advogar na causa. Apenas expresso minha indignação contra essa prática perversa, não observando culpa alguma do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (Progressitas) ou do governador João Azevêdo (PSB) em tal problemática.
Aliás, ambos, sempre estiveram à frente do bom combate, com suas respectivas equipes administrativas, apoiando o projeto “Praia Limpa”, cujo intuito é promover ações proativas à sensibilização ambiental de todos os cidadãos.
E nessa benéfica ação, é válido destacar a importância de uma praia limpa que traga crescimento para o turismo local, novos postos de trabalho, fortalecimento da economia, bem como a manutenção e preservação da biodiversidade marinha.
Para encerrar, busco plagiar Castro Alves: “A praça, a praia é do povo, como o céu é do condor”.
