A política partidária é um “invento” do ser humano que busca acertos, embora seja abarrotado de desatinos mil. Propositais ou involuntário, acrescento. Trata-se de um “experimento” social que, guardada as devidas diferenças, tem papel similar ao que foi dito pelo pai da Química moderna, Antoine-Laurent de Lavoisier.
Em seus estudos aplicados, o regrado cientista francês apresentou para o mundo a obra Traité Elementaire de Chimie (ou Tratado Elementar de Química), estando contida no livro a “Lei da Conservação das Massas”, princípio que deu “vida” a celebre conclusão: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
E aqui observo uma convergência mágica. A política partidária e a natureza têm aspectos similares. Elas não foram paridas; surgiram criadas por movimentos anteriores, e continuam em estado de transformação permanente. Elas e seus atores naturais são responsáveis por suas respectivas evoluções.
Agora saindo do processo ambiental e indo diretamente para a política aqui posta no texto, cito como exemplo prático o pré-candidato a prefeito de Santa Rita, Nilvan Ferreira (Republicanos) no processo de transformação e seus elementos anteriores e os que estão por vir.
O comunicador iniciou sua jornada política no PC do B, quando era estudante secundarista em Cajazeiras. Após, migrou para o MDB, disputando as eleições para prefeito da capital paraibana em 2020, sendo batido no segundo turno pelo atual chefe do Executivo pessoense, Cícero Lucena (Progressitas). Encarou outro páreo em 2022, dessa vez filiado ao PL, quando buscou ocupar o Palácio da Redenção, obtendo outro revés ao amargar a terceira colocação, indo para a disputa final do pleito o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) e o governador João Azevêdo (PSB), o vitorioso no embate.
Transformações
São nítidas as escalas de transformação política e linha de pensamento ideológico de Nilvan e seu poder mimético nesse arenoso terreno. Sai o comunicador da extrema-esquerda, migra para siglas de centro, chegando às hostes do MDB e PTB, e dá um salto para o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, adotando uma agenda pautada no pensamento conservador da extrema-direita brasileira.
E seguiu o pré-candidato a prefeito de Santa Rita em périplo tumultuado no Partido Liberal. Ele foi guilhotinado pelos diretórios municipal de João Pessoa, estadual e a Executiva Nacional da agremiação liberal. Buscava, o comunicador, disputar a prefeitura da capital novamente. Não foi possível, apresentando, ele, amargura e frustração na decisão dos seus ex-companheiros de sigla.
Foi aí que, como um camaleão, mais uma vez Nilvan Ferreira se reinventou.
Saiu de uma agenda carregada de ideologia radical, para assumir uma coloração de centro-direita no Republicanos. Hoje, mais leve, abre as portas para uma composição partidária com o governador João Azevêdo, fato que vem sendo alinhavada com o alto clero do REP e PSB, e mantém respeito à gestão de Cícero Lucena, que disputa a reeleição.
E o resultado nocivo ou benéfico de todas essas mudanças? Pode o leitor está a perguntar ou afirmar. E aí respondo e pondero: em dias atuais, baseado em pesquisas eleitorais já publicadas pela imprensa, e devidamente registradas na Justiça Eleitoral, Nilvan Ferreira surge como favorito a vencer o pleito na Rainha dos Canaviais.
E aqui, antes que os paladinos da “verdade absoluta” surjam, apontando o comunicador e político como sendo inconstante e até mesmo desprovido de princípios ideológicos, digo que o percurso do pré-candidato é normal e perfeitamente aceitável, afinal, a política não é uma ciência em estagnação.
Como a natureza, ela está sendo criada e transformada em um balé evolutivo presente em todo o tempo; e não poderia ser diferente, pois o ser humano está inserido nesse processo de forma natural e contínua.
É a tal lógica: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Na política partidária, também!
Por Eliabe Castor
2 respostas
Santa Rita nunca soube escolher seus gestores, sempre pelo pior e parece que vai continuar do mesmo jeito.
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